Se tem uma coisa que me agrada, são os e-mails, scraps, cartas, telefonemas e encontros com os poetas e escritores que a vida, generosa, me fez conhecer. No post anterior, falei do Juraci, que conheci em Friburgo, em 2008, mas que já conhecia pelas trovas, pelo "Me leva, Brasil!", quadro que o Maurício Kubrusly, tinha no Fantástico e que virou livro (há uma crônica dedicada a ele no livro!). Pois bem, volta e meia o Juraci me manda alguma coisa. A última foi esse soneto que reproduzo aqui. Notem a convivência, no texto, de elementos da vida cotidiana do filósofo, poeta e artista marajoara, de um "homem da terra"... e da natureza, com os avanços tecnológicos na bagagem!
MARÉ VAZANTE
Plantado em frente ao rio vive o menino
olhando a vida a bubuiar nas águas
junto a detritos, jet skis, tralhotos
e a insensatez dos filhos de Tupã.
Esse menino de cabelos brancos
com pegadas do tempo sobre a face,
tem um olho retido no passado
e o outro atento às cores do amanhã.
Com talas de arumã tece o roteiro
do humano caminhar entre internautas,
matintas, burocratas, lobisomens
e em sítios virtuais cultiva sonhos,
planta amizades, sepulta ilusões
e espera, estoicamente, o anoitecer.
(Antonio Juraci Siqueira)
Plantado em frente ao rio vive o menino
olhando a vida a bubuiar nas águas
junto a detritos, jet skis, tralhotos
e a insensatez dos filhos de Tupã.
Esse menino de cabelos brancos
com pegadas do tempo sobre a face,
tem um olho retido no passado
e o outro atento às cores do amanhã.
Com talas de arumã tece o roteiro
do humano caminhar entre internautas,
matintas, burocratas, lobisomens
e em sítios virtuais cultiva sonhos,
planta amizades, sepulta ilusões
e espera, estoicamente, o anoitecer.
(Antonio Juraci Siqueira)