Há um livro chamado "A arte de ver a arte" que, entre diversas observações quanto a estilo, períodos artísticos, técnicas e materiais, indica um caminho para que se veja a obra de arte sem preconceitos (para além do "gostei" ou "não gostei"): é a observação induzida pela própria obra. As duas obras abaixo (o desenho e o poema) são exemplo disso, já que o primeiro, chamado Solidão - grafite sobre papel - induz uma leitura não usual, em que duas imagens projetam duas sensações distintas, dirigindo o olhar do espectador ora para uma, ora para outra direção. No centro da imagem, apenas o vazio...
O poema - Eu - dispõe duas situações distintas: o vazio e a força profunda, das perdas e conquistas, do sal que imprime sabor à vida, porque, como a autora mesmo diz, "uma vida sem emoção não é vida". Imagem e palavras de uma mulher que soube, sempre, se reinventar, se fazer melhor a cada dia, cuja caminhada eu, orgulhosamente, acompanho!
O poema - Eu - dispõe duas situações distintas: o vazio e a força profunda, das perdas e conquistas, do sal que imprime sabor à vida, porque, como a autora mesmo diz, "uma vida sem emoção não é vida". Imagem e palavras de uma mulher que soube, sempre, se reinventar, se fazer melhor a cada dia, cuja caminhada eu, orgulhosamente, acompanho!
Eu
Um vazio profundo
uma rota alterada
uma espada sem fio
uma lágrima derramada
Uma força desmedida
uma forma insensata
uma página já lida
uma história descartada
Uma vida refletida
por atos calculados
Se a dor me vem aturdir
Fiz por onde e assumo os fatos
Se meus erros são tão grandes
Se a paixão move meus atos
Não fujo e pago o preço
De todos os meus pecados
Vida é intensidade
vida é verdade
vida é criatividade
vida é autenticidade
Prefiro ser ousada do que ser Amélia, a mulher de verdade
Prefiro ser rebelde, do que tecer calmamente um tapete
Prefiro meu sangue quente correndo pelas veias em situação de risco, do que a morna sensação do conforto.
A vida é uma só
e deve ser vivida com
intensidade
sabor
prazer
amor
lazer
imaginaçã
Se não for para ser vivida assim,
melhor que se faça o enterro,
porque uma vida sem emoção, não é vida... é morte em vida.
E essa é a pior morte.
(Leila Rodrigues)
Um comentário:
Lindo poema, vida sem emoção e sentimento, o que vale?
Tudo de Bom.
Miko.
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