quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Alonso Rocha


(arquivo pessoal - detalhe)

Encomendei ao Antonio Juraci Siqueira, no início da semana, um texto sobre o poeta Alonso Rocha, que conheci em São Paulo, por volta de 2004, o resultado é o texto abaixo, que segue ilustrado com um soneto muito bom do mestre paraense:

"Alonso Rocha nasceu em Belém em 15 de dezembro de 1926. Membro da Academia Paraense de Letras e Príncipe dos Poetas Paraenses, Alonso colaborou e colabora com a imprensa escrita, falada e televisionada. Poeta eclético por excelência, não se prende à escolas nem tem preconceito com qualquer forma de manifestação poética. Seu livro PELAS MÃOS DO VENTO, publicado em 1955, obteve os prêmios 'Vespassiano Ramos', pela Academia Paraense de Letras e 'Helena Magno'."(Antonio Juraci Siqueira).

O soneto:


MENSAGEM

Sou pássaro e sou fonte – ouve o meu canto
tu que abrigas o amor no seio puro.
Vozes da terra a mim próprio misturo
com tanta angústia, porém mais encanto.

Sou árvore a sangrar no lenho duro
a seiva que tu bebes – sangue e pranto –
e no meu poema, para o teu espanto,
eu revelo a palavra do futuro.

Eu sou a dor e a paz, a morte e o eterno;
e nesse mundo, trágico e fraterno,
procura o instante onde talvez tu caibas.

Porque, pássaro e fonte, árvore e guia,
este meu canto – a minha eucaristia –
é o pão que te alimenta sem que saibas.

(Alonso Rocha)


Sua benção, Príncipe!

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