No céu do poeta, asteriscos podem ser estrelas... e uma folha de papel, um Universo inteiro! Digo isso, porque há vários deles na capa do livro Cintilações, de Marina Bruna. O livro pode começar a ser lido, semioticamente, pela capa. Coisa de poeta de primeira grandeza, como as estrelas que retrata. Aliás, como um assunto puxa outro, a palavra "asterisco", segundo o dicionário Aurélio, vem do "grego asterískos, 'estrelinha', pelo latim asteriscu". E falar em grego e em latim, me obriga a mencionar o pai de Marina Bruna, o Professor Jaime Bruna, que lecionou latim na Faculdade de Letras, onde estudo hoje. Tenho uma obra traduzida por ele, "A Poética Clássica", que faz parte da referência bibliográfica do curso.
Voltando à Marina, ela nasceu em Franca, formou-se em Matemática, Pedagogia e Jornalismo e exerceu o magistério em São Paulo. É também compositora e instrumentista musical, poetisa e trovadora.
Marina Bruna, talvez não se recorde, me presenteou em 1997 com o Livro Cintilações (prefaciado por Izo Goldman, Thalma Tavares e Carolina Ramos). 1997 foi o ano em que comecei a fazer trovas. Em 1997, portanto, eu, ávido por aprender a compor trovas, tive a sorte de poder apreciar as trovas de Marina, que, sendo assim, é, ao lado de Antonio de Oliveira, Izo Goldman, Héron Patrício e Pedro Ornellas, sem dúvida, uma de minhas maiores influências na difícil arte de criar trovas. Devo à Marina, muitos preciosos conselhos.
Então, de "Cintilações", algumas trovas para o deleite de todos! Sua benção, Marina!
Tua carícia atrevida,
num suave dedilhado,
musicou a minha vida
com acordes de pecado!
Prostado... na dor infinda
de um desprezo que o consome,
meu coração bate ainda
porque murmura o teu nome!...
A vida insiste em manter
em dois tons sua canção:
o mais agudo é o poder;
o mais grave, a servidão!
(Marina Bruna)
num suave dedilhado,
musicou a minha vida
com acordes de pecado!
Prostado... na dor infinda
de um desprezo que o consome,
meu coração bate ainda
porque murmura o teu nome!...
A vida insiste em manter
em dois tons sua canção:
o mais agudo é o poder;
o mais grave, a servidão!
(Marina Bruna)
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