domingo, 11 de janeiro de 2009

Falando de Trova

Falando de Trova é um site muito bem organizado, onde se pode acessar o mais completo conteúdo da Net sobre a Trova, os trovadores e a UBT (União Brasileira dos Trovadores). É mantido e atualizado pelo José Ouverney, que é Magnífico Trovador (Título Honorífico concedido pelos trovadores e pela cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, cujo concurso completará 50 anos ininterruptos, em 2009!), que na foto abaixo recebe um prêmio das mãos de Carolina Ramos, de Santos/SP, chamada de "A primeira dama da trova brasileira", por sua importância e dedicação desde os primeiro passos do movimento trovadoresco no Brasil

Carolina Ramos e José Ouverney

e por seu filho José Ouverney Júnior (já é um benemérito da trova!), que você vê na foto abaixo:


Pai e filho

Acesse o link em www.falandodetrova.com.br, que vai aparecer a tela abaixo:



O site é referência para todos os que fazem e apreciam trovas. Tem uma biblioteca excelente e estava indo muito bem, até que o José Ouverney cometeu um ato impensado: me convidou para assinar uma coluna! O resultado do convite está na coluna "Colecionando Trovas", fruto de uns textos que eu já havia publicado no site Mania de Colecionador, mas que terão agora uma roupagem mais dirigida a quem aprecia o trabalho dos trovadores. O blog Trov@s e Ci@ continua com a mesma proposta diversificada. Com seu coração do tamanho de um bonde, o Ouverney me possibilitou fazer um novo trabalho, mais específico, paralelo a esse que faço aqui, focado em minha visão mais trovadoresca, digamos assim, da poesia.

O espaço que o Ouverney está garantindo ao movimento trovadoresco é muito importante. O trabalho que o Pedro de Mello está fazendo no site, por exemplo, é sensacional. Até hoje não havia um olhar mais acadêmico sobre a trova, além de alguns poucos livros e textos de gaveta, pelo menos com a divulgação e o alcance garantidos pelo José! A coluna do Pedrinho é opinativa, polêmica e muito bem fundamentada! Parabéns aos dois!


Professor Pedro Mello

E "vamo" tocando em frente! De público, José Ouverney: MUITO OBRIGADO!

Abração!

Sérgio Ferreira da Silva

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O lado poético da Leila (2)

Há um livro chamado "A arte de ver a arte" que, entre diversas observações quanto a estilo, períodos artísticos, técnicas e materiais, indica um caminho para que se veja a obra de arte sem preconceitos (para além do "gostei" ou "não gostei"): é a observação induzida pela própria obra. As duas obras abaixo (o desenho e o poema) são exemplo disso, já que o primeiro, chamado Solidão - grafite sobre papel - induz uma leitura não usual, em que duas imagens projetam duas sensações distintas, dirigindo o olhar do espectador ora para uma, ora para outra direção. No centro da imagem, apenas o vazio...



(clique na imagem para vê-la ampliada!)

O poema - Eu - dispõe duas situações
distintas: o vazio e a força profunda, das perdas e conquistas, do sal que imprime sabor à vida, porque, como a autora mesmo diz, "uma vida sem emoção não é vida". Imagem e palavras de uma mulher que soube, sempre, se reinventar, se fazer melhor a cada dia, cuja caminhada eu, orgulhosamente, acompanho!



Eu

Um vazio profundo

uma rota alterada
uma espada sem fio
uma lágrima derramada

Uma força desmedida

uma forma insensata

uma página já lida
uma história descartada

Uma vida refletida

por atos calculados
Se a dor me vem aturdir

Fiz por onde e assumo os fatos


Se meus erros são tão grandes
Se a paixão move meus atos
Não fujo e pago o preço
De todos os meus pecados

Vida é intensidade

vida é verdade
vida é criatividade

vida é autenticidade

Prefiro ser ousada do que ser Amélia, a mulher de verdade
Prefiro ser rebelde, do que tecer calmamente um tapete

Prefiro meu sangue quente correndo pelas veias em situação de risco, do que a morna sensação do conforto.


A vida é uma só
e deve ser vivida com
intensidade
sabor
prazer

amor
lazer

imaginaçã
o.

Se não for para ser vivida assim,
melhor que se faça o enterro,

porque uma vida sem emoção, não é vida... é morte em vida.

E essa é a pior morte.


(Leila Rodrigues)

Foto Poema 1

Clique na imagem para vê-la ampliada!