segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Meu Caderno de Trovas - João Costa


Dentro em breve, com os diversos incentivos aprovados pelo Governo (leia-se diminuição da carga tributária), o Brasil, um dos maiores mercados de produtos digitais do mundo, será invadido pela produção dos chamados iPads, equipamentos de formato semelhante a um livro (às vezes até mais leves do que este).

O livro impresso, então, será e
xtinto? Acredito que não, num futuro próximo...

Publicar um livro pelo sistema convencional é demorado, implica em diversas etapas de produção, registro, impressão, revisão etc. Mas, os trovadores sempre conseguem d
riblar as dificuldades e dão provas de que, se depender deles, o livro não se extinguirá tão cedo.



João Costa, radicado em Saquarema (belíssima cidade costeira do Estado do Rio de Janeiro), resolveu produzir artesanalmente sua poesia. O resultado é o livro “Meu Caderno de Trovas”, reunião de 100 magníficas trovas de sua lavra, em cuja essência delineiam-se...

Imagens...
“A noite é perfeita e bela,
a lua encanta e seduz,
tecendo em nossa janela
uma cortina de luz.

De exuberância suprema,
que nos encanta e extasia,
cada alvorada é um poema
que Deus compõe todo dia.

O tempo interior...
Quero um relógio, querida,
cujo mágico processo,
atrase a tua partida
e abrevie o teu regresso.

e a fraternidade!
Para quem o bem semeia,
praticando a caridade,
a felicidade alheia
é a própria felicidade.

Na simplicidade da última trova, por exemplo, notem a ocorrência de rimas internas (quem/bem) e rimas cruzadas, do segundo ao quarto verso (caridade/felicidade/felicidade). Entalhes de puro ouro, num livro que se propõe “artesanal”: ars poetica.

Parabéns, irmão João Costa!

Cronologia de um poeta - Primeiros Versos


De 20 a 22 de maio de 2011, ocorreram os 52°s. Jogos Florais de Nova Friburgo. No hotel em que fiquei, também hospedou-se o trovador Antonio Carlos Rodrigues, nascido e residente na cidade de São Gonçalo/RJ, onde recebeu a merecida honra de tornar-se membro da Academia de Letras local.

Antônio Carlos, generosamente, me brindou com seu livro “Primeiros versos”, obra que veio a lume como registro da trajetória poética do autor, em seus primeiros tempos de poesia, posto que ele sempre organizou seus escritos (o que costuma ser raro entre os poetas) em ordem cronológica. Faz metalinguagem ao escrever...


“...os meus primeiros versos são em mim
ainda hoje, como divinal herança.
Momentos que não saem da lembrança,
eterna e linda flor em meu jardim...”


Publicado pela editora Virtual Books, “Primeiros Versos” transborda talento e alma e sela um compromisso com sua musa inspiradora...


“...Já foste a inspiração dessa minha arte
mais pura, mais singela e em toda parte
alegraste a existência deste asceta.

Meu coração agora pede, acusa,
para que sejas sempre a minha musa,
pois serei para sempre este teu poeta...”


Os Jogos Florais deste ano, em Friburgo, marcaram o primeiro encontro dos trovadores locais com seus admiradores de todo o país. Foi um encontro de emoções sucessivas e intensas... Antônio Carlos Rodrigues, com sua sensibilidade ímpar, foi o protagonista do mais emocionante momento de todos os Jogos Florais, justamente em seus final, como vencedor do concurso realizado nos três dias de jogos, cujo tema foi, muito a propósito, RENASCER... Eis a trova que fecha esta postagem, uma verdadeira chave de ouro:

O amanhã revelará
o renascer desse povo:
Nova Friburgo será
Nova Friburgo de novo!

(Antonio Carlos Rodrigues)