sábado, 10 de novembro de 2007

A Trova (rumos)

RUMOS (extraído de A TROVA: ORIGEM, TRAJETÓRIA, RUMOS - in www.falandodetrova.com.br) - por Sérgio Bernardo
"Em pleno séc. 21, era da supremacia tecnológica, do comportamento globalizado e do vanguardismo a qualquer preço, a trova resiste e continua ativa, efervescente e fazendo brotar novos talentos. No País, a União Brasileira de Trovadores é a entidade responsável, administrativamente falando, pela sua consolidação, divulgação e perpetuação, através da coordenação de concursos ou realização de oficinas em escolas e instituições públicas, visando a despertar o interesse pela trova, sobretudo no tocante às novas gerações. Trovas escritas por jovens do ensino fundamental e médio, em muitas cidades brasileiras onde estas oficinas são ministradas, dão a certeza de que a UBT caminha em bom rumo. E de que a trova ainda tem muito a contribuir com nossa literatura poética, enquanto num mundo cada vez mais assediado pela máquina houver coragem para se falar de sentimento."

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

ESGOTADA A 3ª EDIÇÃO DO LIVRO AME NOVA FRIBURGO


"A terceira edição do Ame Nova Friburgo e suas Maravilhas foi esgotada. Os últimos exemplares estão à venda na Livraria Papelote. O Ame atingiu 2.900 cópias (os últimos cem estão na livraria), um recorde, principalmente se levarmos em conta que é um livro que retrata a história de uma linda cidade do interior. É claro que as vendas foram dirigidas, muitos amigos compraram grande quantidade para presentear, como, por exemplo, Bruno & Marrone (cem exemplares), Latino (50), Roger (50), Julia Lemertz (20), Fábio (empresário de São Paulo - cem), Sami Elali (pai da cantora Marina, cem), o novelista Carlos Lombardi (50), Ronaldinho (cem), Gilberto Silva (50), o mais bem-sucedido empresário de futebol Reinaldo Pitta, que detém passe de jogadores que atuam na Europa (150), e por aí vai.Assim sendo, o livro está circulando no Rio, São Paulo, Salvador, Natal, Espanha, Portugal, Itália, Turquia (com a família Zico) e em diversos outros países, o que é, sem dúvida, uma grande divulgação para NOVA FRIBURGO. O objetivo do Ame é preservar a memória de uma cidade de gente valorosa, contar a nossa rica história, história esta de interesse nacional, e mostrar nossas belezas arquitetônica e natural. Enfim, o objetivo final é que o maior número possível de pessoas saiba que Nova Friburgo existe e venha conhecê-la." (extraído da coluna AME NOVA FRIBURGO, 09.11.2007, http://www.avozdaserra.com.br)
A TROVA:
Em cada cena vivida,
Francisco Cuoco, você
resumiu, com sua vida,
toda a vida da TV!
Sérgio Ferreira da Silva

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Um caminho a percorrer...


Começa assim: você escreve alguma coisa e mostra para as pessoas mais próximas (Leila e Laura)... Elas gostam, fazem comentários... Você se anima e escreve mais... Elas gostam, pedem mais! Meio descrente, você mostra os mesmos textos para colegas de trabalho, em um batizado, casamento... As pessoas gostam e mandam e-mails, pedindo mais! Você se anima e escrevescrevescrevescreve (esquece de vírgula, pontuação, crase, trema - ainda tá valendo!). Quando já tem um número razoável de coisas escritas, junta tudo, organiza, revisa, revisa, revisa... Surge um concurso! mandonãomandomandonãomando??? Manda pro Renato Lacerda e ele REVISA. Você olha suas folhas sagradas cheias de risquinhos... e muda um montão de coisas! Aí, sim! É hora de... fazer a última revisão (prometo!). Manda pro concurso... ... ... ... (demora um tempão!) O resultado: você é finalista! Caramba! Vernissage??? De jeito nenhum! Você tem 5 minutos prá falar, diz o Dante (da pró-reitoria de cultura)! Você tem a idéia de fazer um vídeo... Dois loucos topam gravar o audio (Luana Fontana e Sinei Ferreira Sales). Um outro doido faz ilustrações pra quase todos os contos (Jaime Pina da Silveira). Manda o video pro Dante, põe no Youtube e chega o grande dia (na foto aí de cima!)... Não importa se você vai "ganhar" ou não! Você quer que vire livro! Perái! Prestenção! Aí é outro caminho a percorrer, mais difícil que o outro! Vamo lá, então! OBRIGADO A TODOS!

sábado, 3 de novembro de 2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Poemas que interagem

Vejam que sacada interessante da Luana Barossi, colega do curso de Letras, intertextualizando o meu poema "O conhecimento (é a)"! A pedido da autora: Arte visual by Sergílio da Uspecéia!


Concreta Cópia
Cópia Concreta
Em Creta a Cópia
Treta Concreta
Entreta Cópia
Tanto Concreta
Cretina Cópia
Cropa com Creta
(Luana Barossi)

UUUU HUUUUUU!!!!!!!


CLIQUE NA IMAGEM PARA VISUALIZAÇÃO EM TAMANHO REAL! CLICA LOGO, Pô!

sábado, 27 de outubro de 2007

Celebridades 2007 - 3ª edição


Eis a capa da 3ª Edição do Livro CELEBRIDADES. Em breve postarei mais algumas trovas e fotos dos artistas... O livro começou a ser vendido também em bancas de jornais, no Rio de Janeiro...

Revista da Letras


Mais notícias: dois poemas meus serão publicados na Revista da Letras (um deles já está nesse blog), com lançamento previsto ainda para 2007. Serão textos dos alunos do curso. Expectativa!

Livro da Tribo


Dois textos meus foram incluídos no Livro da Tribo, edição 2008/2009: uma trova (15 de Junho) e um texto para reflexão (24/25 de Junho). As datas entre parentesís se explicam pelo fato de que o livro é, também, uma agenda (ou porque a agenda é também um livro!). Distribuição em todo o país, nas melhores livrarias do ramo. No site deles (www.livrodatribo.com.br) há uma relação de todos os revendedores. Os primeiros direitos autorais a gente nunca esquece (calma, calma: receberei em livros) (poucos) (nem dez!).

Trago três trovas tristes...

Tentar desfazer as mágoas
que o meu peito guarda e sente,
é como querer que as águas
corram da foz... à vertente !

Cansado dos desatinos,
o mundo roga que Deus
torne a paz dos palestinos
igual à paz dos judeus!

Vão meus sonhos, num batel,
buscar certezas... Em vão:
os meus barcos de papel
são, apenas, o que são!
Sérgio Ferreira da Silva!

Promoção OMO 50 anos




Essa foi legal: conte uma história onde se sujar fez parte de algum aprendizado.


Mandei uma que vivenciei com meu avô (já falecido).


Eles publicaram nossa foto em algumas revistas e a história vai passar no rádio. Fiquem ligados!

16º Programa Nascente


Bom, é o seguinte: venho organizando uns contos que escrevi, a princípio para divertir minha família (esposa, filha, mãe, pai, gato e cachorro), 90% deles de humor. Mandei alguns deles para concursos, sempre isoladamente. Acontece que, na USP, realiza-se anualmente um concurso (o Programa Nascente), cuja finalidade é incentivar a produção cultural dos alunos em todos os níveis (graduação, mestrado, doutorado...). Vai daí, juntei 34 continhos (contando com uma revisão extra do Renato "Pouso Alegre" Lacerda - ótimo aluno do curso de Letras) e chamei o volume de "A força das tradições e outras histórias". Mandei para eles e consegui me classificar. Aliás, o conto que dá nome ao livro é o último, aquele que fecha o projeto (alguns escritores já fizeram isso). Os contos foram agrupados por temática: "Ao telefone", "É nóis", "Outras dimensões", "Homo Sapiens?" e "Personae". A Agência USP de notícias já começou a divulgar os eventos que farão parte dessa edição do Programa (clique no link abaixo). A ilustração acima é do amigo, trovador, desenhista, caricaturista e dentista JAIME PINA DA SILVEIRA (um baita currículo!), para o conto ONIPOTÊNCIA...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Rosa da China






“O Mimo-de-Vênus ainda entremeia o rosado das flores com o verde espesso da folharia.” (Telmo Vergara, in Contos da Vida Breve).

A rua Rosa da China está situada em um bairro chamado Jardim São Roberto, na periferia de São Paulo, muito próxima da divisa com a cidade de Santo André. Em toda a sua extensão, chama a atenção por seu declive acentuado, por suas casas humildes e porque nela foi erigido um Centro Educacional Unificado (CEU), que leva o seu nome.
Rosa da china, também, é o nome popular do Hibisco, ou Mimo-de-Vênus, que, segundo a Enciclopédia Encarta, é o “nome dado a várias espécies de plantas nativas das regiões quentes e temperadas do hemisfério Norte. A flor do hibisco se caracteriza por apresentar o cálice rodeado por um grupo de brácteas coloridas que dão a impressão de que o cálice é duplo. O fruto é uma cápsula com cinco cavidades e numerosas sementes.”
Eu, por convicção, não acredito em coincidências... Mas, a Rua Rosa da China tinha tudo para ser, apenas, mais um nome bonito de flor a batizar um logradouro, perdido na periferia de uma metrópole, sem o mínimo sentido para aqueles que fizeram daquela rua a sua morada, depositando ali seus sonhos e desesperanças.
As crianças que por ali brincavam, nem sonhavam em poder, um dia, dar um mergulho nas águas de uma piscina, a não ser naquelas de duzentos litros, apertadas no fundo do quintal, cujas águas serviriam, depois, para lavar a calçada, regar as plantas e escorrer pelo bueiro, com as suas perspectivas de dignidade e cidadania.
Jovens sem opção ao ócio, a não ser o refúgio da televisão, video-games, ou, pior, as drogas, hoje, jogam basquete, andam de skate, aprendem técnicas de informática, ou “dão um tempo” na biblioteca.
Adultos navegam pela Internet, fazem cursos, massagens, Yoga, ginástica, ou seja, exercem sua cidadania.
Para todos os que se interessam, há cursos, oficinas e atividades, as mais diversas, geralmente após um mero agendamento.
Como eu disse, não acredito em coincidências, mas acredito que os fatos, os nomes e as esperanças convergem e acabam se encontrando em determinado momento. As coisas e as pessoas têm uma vibração, um espírito, uma alma, uma aura, sei lá... Adote aquela definição que melhor se adapte à sua crença, ou à falta dela.
O fato é que, igual ao hibisco, à Rosa da China, ou ao Mimo-de-Vênus, como descreveu Telmo Vergara, com a licença poética que me permito utilizar, aquele Centro Educacional (que é seu, meu e de todos independentemente que quem o tenha construído – aliás não é mérito nenhum construir obras úteis com o DINHEIRO PÚBLICO) entremeia esperança, sorrisos e cidadania, com a tristeza espessa da periferia.
Agora, é aguardar que as numerosas sementes do Hibisco possam germinar no solo fértil de outras desesperanças...





Sérgio Ferreira da Silva

Uma de cada!


O CONHECIMENTO
A)


C....
DA
CÓ...
DA
CÓP..
DA
CÓPI.
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA... ORIGINAL!


Sérgio Ferreira da Silva

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

11 de Setembro


Cotidiano 2001
(11 de Setembro)




Pela TV, o mundo estarrecido
assiste, mudo, à queda da esperança:
a tela mostra o ferro retorcido
e a multidão clamando por vingança...


Mas, a vingança e o ódio desmedido
não são, em si, as causas da matança?
...e, mais e mais, em ódio consumido,
todo o ocidente, no deserto, avança...


O entendimento jaz por sobre a terra;
a intolerância reina sobre o amor;
e, em vez de risos, sofrimento e dor!


Agora, é tão comum falar de guerra,
que eu rogo que esse sentimento insano
não passe a se chamar... cotidiano!


Sérgio Ferreira da Silva

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O vento e o mensageiro



Meus Amigos,

Sabem aqueles "Mensageiros dos Ventos", colocados nas sacadas e corredores ventilados das residências? Eles têm as mais variadas formas: uns são de madeira; outros de pedra; de metal; plástico; etc.

Dependendo de sua composição e tamanho, eles produzem os sons mais variados.

Uma vez me disseram o seguinte: "-Nunca toque diretamente um Mensageiro... Para saber que som ele tem,... sopre-o!" Realmente, quando tocamos ou batemos nele, o som perde a qualidade: sai mais seco, forte e antinatural.

Agora, a metáfora... Nós, ora somos o mensageiro, ora somos o vento que passa...

Nenhum deles tem a menor graça sozinho, pois somente a sua interação resulta em algo positivo: a intensidade do vento determina a alegria ou a serenidade do Mensageiro; e a qualidade do Mensageiro determina a vibração harmônica que o vento levará adiante, no caminho que percorrer. Não adianta tentarmos imitar o som produzido pelo toque do vento, porque ele envolve o mensageiro por completo e varia a sua intensidade a cada sopro. A imitação soaria sempre falsa.

Enquanto seguirmos pela vida fazendo as vezes do vento, encontraremos Mensageiros das mais variadas formas, timbres e tamanhos e os sons que eles produzirem permanecerão conosco para sempre, encantando a nossa alma.

Quando formos, então, Mensageiros, dependendo da intensidade com que sejamos tocados, ou soprados, imprimiremos nas pessoas-vento a resposta àquilo que elas compartilharem conosco.

Não adianta, também, tentarmos prever que som será emitido ou qual mensageiro será soprado, o importante é sermos, verdadeiramente, um ou outro.

Que a vida, para todos vocês, seja como o vento que toca o mensageiro pelas manhãs e acorda, suavemente, aqueles que acreditam que é possível, sempre, aprender com os outros.

Que este texto seja, para vocês, meu sopro... ou meu som!


Sérgio Ferreira da Silva

domingo, 2 de setembro de 2007

Trovas a granel (1)


PONTE AÉREA

Essa ternura que exalas,
e os meus receios acalma,
faz um vôo, sem escalas,
da tua pele... à minh’alma!

SALDO POSITIVO

As dores e os desencantos
não foram tantos assim...
Tua boca e os teus encantos
calaram bem mais... em mim!

HIPOCONDRIA

Tem mania de doença
e de remédios se entope...
Por isso, não é ofensa
quando alguém grita: “XAROPE!”


(Sérgio Ferreira da Silva)

sábado, 1 de setembro de 2007

Fulguras, ó Sergílio, florão da América!



- Parece que foi ontem!

Sergílio no Ipiranga, às margens plácidas!



Semana da Pátria! Quanto de simbólico! Do livro "Eu e a história: o que seria do mundo sem mim?", de Sergílio da Uspecéia, extraí o seguinte depoimento:
"Pedro estava indeciso, então, disse a ele: - Vai, Pedrão, põe prá fora essa energia! E deu no que deu... Até os cavalos ficaram assustados!"

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Brincando com sonetos!

José Octávio Gomes Venturelli, no dizer de Izo Goldman, é o máximo! Também acho! Radicado em Nova Friburgo, costuma chamar seus amigos de “meus cachorros”. Por isso, quando ligo para ele, ou quando nos encontramos, vou logo latindo! Não é por acaso, então, que meu cachorro tem o nome dele! É respeito! É amizade! Vou falar muito mais sobre ele aqui no Blog... Em fevereiro desse ano, ele mandou para vários amigos e poetas esse soneto (Meus 70 anos). Devolvi um outro (Teus 70 anos) e usei, de brincadeira, as últimas palavras de cada verso dele no meu (preguiça de procurar rimas!). Ficou interessante:



MEUS 70 ANOS!

Aos setenta cheguei sem ter notado
a pressa desta vida fugidia.
E hoje, ao sentir tão perto o meu passado,
eu sei perene a luz da "Estrela-Guia".

Passou depressa o enredo de meu fado
na busca de aconchego na harmonia,
mas vou mantendo ainda o amor guardado
junto a uma prótese da angioplastia...

Eu não posso queixar-me da existência:
cantei a vida desde a adolescência
em Trovas, em Sonetos, em canções!

Mas a fadiga que nos traz a idade,
marcando a ausência de outros corações,
me faz de cada ausência uma saudade.


(Octávio Venturelli)


TEUS 70 ANOS!

Ao tempo que passou, sem ser notado,
dedicas mais que a “vida fugidia”:
és um poeta e fazes do passado
a centelha, que acende a “Estrela-Guia”!

Conosco compartilhas o teu fado,
multiplicando, em nós, tua harmonia...
De quebra, ainda tens amor guardado?
Bendita seja a tua angioplastia!

Honraste cada dia da existência,
com olhos de quem vive a adolescência
e traz, no peito, um rastro de canções!

Mas o maior presente desta idade
é que ao tocares nossos corações,
nós nem sabemos, mais, o que é saudade...


(Sérgio Ferreira da Silva)


Centro Literário de Rio Claro (1)


É muito comum acontecer, em municípios ou regiões distantes da influência dos grandes centros, a reunião de poetas e escritores em bibliotecas, centros cívicos, casas de cultura, etc. Em 1997, isso aconteceu na cidade de Rio Claro/SP, para onde se havia transferido meu amigo de infância, o Antônio de Oliveira (trovador e poeta que me apresentou a UBT). Aliás, é muito mais fácil acontecerem reuniões dessa natureza em pequenas e médias cidades, talvez pela proximidade maior entre os potenciais mecenas (prefeitos, secretários de cultura e formadores de opinião) e os poetas e prosadores. Tudo isso para dizer que, dessas reuniões surgem coletâneas, antologias, exposições coletivas, saraus e diversos outros eventos que funcionam como oportunidades de divulgação e acabam trazendo mais escritores para o grupo. O grupo de Rio Claro foi chamado de CLIRC (Centro Literário de Rio Claro) e eu participei de alguns encontros na época, como convidado do amigo. Numa recriação (guardadas as devidas proporções) do movimento modernista, não só escritores participavam do grupo: havia artistas plásticos expondo, ilustrando poemas e participando ativamente do grupo, que, segundo informações da Maísa, filha do Antonio, continua produzindo e aglutinando arte (link ao lado). Irei, aos poucos, divulgando o trabalho desse povo, que achei fantástico. Fiquem com Gilson Câmara Filgueiras:



REFLEXO

A torneira pinga

Pingos

De

S

O

L

I

D

Ã

O

Na sementeira dos sonhos (2)

Promessa é dívida: algumas trovas extraídas do Livro “Na Sementeira de Sonhos”. Dois detalhes: são trovas de poetas “encantados”, cuja obra remanesce e continua a falar por eles... Além disso, a última trova, que traz um “achado” no verso final, nos padrões atuais, foge ao esquema de rima cruzada, porque só rimam o 2º e o 4º versos e seria automaticamente desclassificada em um concurso do gênero.


Depois dos cinqüenta, pai,
a verdade nos corrói.
Não se fala: Como vai?
A pergunta é: Onde dói?

(Luiz Gonzaga Sanches)


Vou no meu rumo ou caminho
colhendo, em coisas de amor:
- De metro em metro, um espinho!
- De légua em légua, uma flor!...

(Luiz Pizzotti Frazão)



Só quem calcula as saudades
que eu sinto do que perdi
é que concorda comigo:
- Eu já não vivo... eu vivi...

(Júlio Zamith)

domingo, 26 de agosto de 2007

O Quarto


- Bem, Sr. Vincent, são R$.500,00 por mês, com café da manhã... Gostou do quarto? O banheiro é coletivo! Que foi isso na sua orelha?

"O Homem NUNCA pisou na Lua!"


"Como posso afirmar isso? Observe: estou SEM capacete!" (extraído de "A farsa lunar", de Sergílio da Uspecéia)

Parceria

Em noites de nostalgia,
quando a rimar eu me atrevo,
tua ausência, em parceria,
dita os versos que eu escrevo !


(Sérgio Ferreira da Silva)

Ardendo em Febre



Ardendo em febre, acordo e te procuro
mas, ao meu lado, o leito está vazio...
Tateio, em vão, por todo o quarto escuro
e teu perfume eu sinto, em desvario!


Da tua ausência, então, eu me asseguro
dizendo à Solidão, num desafio:
“Se tens, em tuas mãos, o meu futuro,
da Vida e do Destino eu renuncio!”


Pois, se é a Saudade a causa deste ardor,
eu sou Poeta... e, a par do dissabor,
ao comandar os Versos, eu ordeno:


“Desperta, Amor, que é hora de lutar...
e, se o Universo inteiro te enfrentar,
basta mostrar-lhe o quanto ele é pequeno!”
(Sérgio Ferreira da Silva)

Maria Lua


“De Lua e de Estrelas” é um livro de autor. Estilo da primeira à última palavra. Maria Lua (radicada em Friburgo) é a poeta que fala do infinito e nos deixa ao lado das estrelas e da harmoniosa cadência do Universo. Maria Lua transpira mistério e sentimento. Tem o olhar treinado de quem vê além das estrelas. É pisciana e aprendeu a identificar o “sorriso das flores”. Mais ainda, uma das grandes divulgadoras da poesia de Mário Quintana. Para você, Lua:


Poeta é aquele que traz
o Sol e Lua em seu peito,
despreza a razão e faz
do desvario... um direito!

(Sérgio Ferreira da Silva)

No livro, ela nos fala sem falar:


O SILÊNCIO


O silêncio
que rodeia o silêncio
em que me calo
é denso
pesado
ansioso...
É um silêncio
que grita lembranças
e ecoa ausências...
É um silêncio
que acentua a mudez
dos gestos pálidos
e desaproveitados...
É um silêncio
que agride a agonia
das palavras úmidas
e inacabadas...
É um silêncio
que assusta as canções
e afasta os poemas...
O silêncio
que envolve o silêncio
em que me fecho
é tenso
opaco
definitivo...


(Maria Lua)

Sérgio Bernardo


Outro trovador de quem eu era “fanzaço” antes de conhecer pessoalmente. Depois de conhecê-lo, por falta de um superlativo apropriado, sou mais fanzaço ainda. Em “Caverna dos Signos” não é o trovador Sérgio Bernardo quem nos fala: é o poeta maiúsculo e o prosador envolvente e profundo. Sérgio Bernardo, carioca radicado em Nova Friburgo é jornalista, também e escreve para o jornal “A Voz da Serra”. É freqüentador assíduo do Bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, celeiro de ótimos poetas, em sua ebulição cultural contínua. Aprendi muito lendo as trovas e poemas dele. Um grande abraço, Serjão! Aliás, que nome bonito você tem! Do livro, um soneto e tanto:


Espólio do senhor do quarto 5

Três violetas já murchas numa lata,
um par de óculos sem uma lente,
um talco, uma loção, um robe, um pente,
uns discos velhos, uma cruz de prata,

um prato, um copo, um garfo, um detergente,
leite azedo num pires, uma gata,
uma conta a pagar naquela data,
um bloco, um lápis, cartas de um parente,

um travesseiro, a cama sem lençol,
um sapato já gasto, um cachecol,
uma calça, um casaco, um quadro torto,

um antigo retrato de criança,
um lenço de mulher, uma aliança,
uma vela apagada, um sonho morto.

(Sérgio Bernardo)

A trova em três tempos...


Esse precioso livro de Lygia Gomes de Pádua, da UBT Belo Horizonte, traz em sua capa toda a essência de seu conteúdo. A trova, como já disse em um tópico anterior, é chamada pelos trovadores de ROSA. A capa do livro de Lygia dispõe pétalas e rosas em uma composição harmônica e equilibrada. Seu livro não é diferente: dispõe as trovas em três tempos distintos. Três maneiras de apresentar a trova, tanto aos leitores, quanto aos trovadores. Na primeira parte, apresenta definições da trova, na visão de diversos autores. Na segunda, a técnica de composição (métrica e rima, mais especificamente) e na terceira, o deleite, o alumbramento, os malabarismos, as composições. É como se as rosas da capa fossem apresentadas, primeiramente por botânicos que as definissem; num segundo momento dissessem o que é preciso para que uma flor seja considerada uma ROSA e, por fim, desfilassem imagens das mais belas rosas pelas retinas do leitor. Trabalho sensível. que foge ao lugar-comum. A seguir, algumas das tantas trovas que Lygia colacionou:
...

Talvez rireis ao saberdes
como eu me sinto em apuros
se pousais os olhos verdes
em meus olhos já maduros!

(José Fabiano – Belo Horizonte/MG)


Infância é um brinquedo usado
que, um dia, a vida resolve
tomar um pouco emprestado
e nunca mais nos devolve!

(Arlindo Tadeu Hagen – Juiz de Fora/MG)


Saudade, posso entendê-la
ao ver no céu, a luzir,
o brilho daquela estrela
que já deixou de existir...

(Waldir Neves)

sábado, 25 de agosto de 2007

Célio Robusti


Conheci Célio Robusti em São Caetano do Sul, no final dos anos 90. O tempo e os compromissos profissionais nos afastaram, mas o que é a distância para uma amizade justa e perfeita? Um grande nada! O Célio participou, nos anos 80 de um grupo de poetas chamado LIVRESPAÇO, que produziu boa poesia e foi importante para o cenário literário da época. Esse livro, parceria com Guilherme Castanho (imagens) é um fotopoema, como ele mesmo chama na capa. São fotos de Paranapiacaba, uma vila ferroviária, cujo território pertence a Santo André e de onde, caso não haja neblina (o que é quase impossível!), é possível avistar o Mar. Na divisão interna, há uma foto (na página da esquerda) e um poema (na direita). Gosto de todos, mas destaco esse:
...
VIII
...
Tenho me perdido no tempo, eu sei
a pele repleta de razões grita murcha,
assim mesmo, ao infinito minha espera.
Quando tu voltares estarei maquiado e rejuvenescido
minha face imberbe pronta pros seus lábios e dedos.
Tenho caminhado pelas pedras de mim mesmo
descanso de quando em quando, quase vencido
quando as flores da primavera tocam meus pêlos
ergo os olhos somente para ver o mar...
Célio Robusti

Luiz Carlos Abritta


Luiz Carlos Abritta tem um imenso currículo profissional e literário: Procurador de Justiça, Professor de Português e Inglês, Diretor de Escola, Conselheiro da OAB/MG, e por aí vai... Um homem verdadeiramente PLURAL. Não lhe bastasse tais atributos, não é que o danado é POETA? E dos bons! Tem vários livros na bagagem: poesia, crítica literária, história, literatura infantil... Mas, vamos ao que mais interessa nesse blog: apresentar a poesia do Abritta!
...
SEMPRE SERÁ
Sempre será.
Sempre será azul quando tu vieres.
Sempre será primavera quando buscares o vôo do pássaro no céu.
Sempre será infinito quando me olhares com a ternura mansa das crianças.
Sempre será verde quando buscares o elo perdido entre o homem e a natureza.
Sempre será futuro quando puderes, com mãos de fada,
transformar o mundo (submundo) em manhã de sol ardente.
Luiz Carlos Abritta

Conceição Parreiras Abritta

O livro "Portal das Rosas" tem uma particularidade: foi prefaciado em trovas por diversos trovadores da UBT - Seção Belo Horizonte. "Rosa" é como os trovadores chamam carinhosamente a trova literária. O livro foi lançado em comemoração ao Jubileu de Prata da autora (2003), que ingressou nos quadros associativos em 1978. De lá para cá, Conceição, que é, também, autora de livros infanto-juvenis, nos vem brindando com trovas e carinho, ao lado de seu marido Luiz Carlos Abritta, de quem falarei no próximo "post". Uma trova do livro:
...

Soltei o teu nome ao vento...
E o vento, só por maldade,
repete a todo momento
o nome desta saudade.
...
Conceição Parreiras Abritta

Cefaléia


"...Nem só de bacalhau vive a Noruega! Edvard Munch é de lá. Em 1893, antes dele pintar 'O Grito', relatei uma terrível enxaqueca que tinha sentido na noite anterior. O resultado foi esse esboço aí em cima! Bem... como sou modesto, pedi a ele que mudasse o quadro, para que ganhasse em expressividade. Ele, então, fez umas alterações no rosto, e o quadro fez um baita sucesso..." (extraído de "Sergílio: auto-biografia de mim mesmo")

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O homem e seu quintal


"O homem e seu quintal" é um dos livros que sempre consulto! Já falei do Zaé, no tópico sobre as trovas em Outdoors, mas não posso "blogar" sem falar desse livro, que, por exemplo, nas "orelhas", traz as palavras de Vinícius de Moraes, Renato Castelo Branco, Anselmo Duarte e Lauro César Muniz, amigos do autor. Fico feliz por isso, mesmo porque, se um dia fizerem uma "lista dos amigos do Zaé", meu nome e de outros trovadores estarão lá, ao lado desses figurões aí. Quero falar de uma curiosidade sobre essa obra: foi lançado, antes do lançamento, em um capítulo de novela! A novela era "Salvador da Pátria", aquela do Sassá Mutema (Lima Duarte). Uma personagem, no início do capítulo está "lendo" o livro (só a capa, na verdade, porque o livro ainda não estava pronto) e declama um dos poemas para outra personagem. Que show! Conto esse episódio só para instigar os amigos que escrevem a sempre buscarem formas alternativas de divulgação, ou mesmo de escrita. Afinal, o papel é branco e tudo ainda está por fazer, não é mesmo? Parabéns, sempre, Zaé! E viva a tonga da mironga!
...
O TÁXI


Chofer, me leve para a rua do meu encontro
onde alguém não sabe que me espera
e um sorriso amanhece todas as manhãs
e se gasta antes do meio-dia
porque eu ainda não cheguei.

Não é que me julgue o único capaz
de perpetuar o sorriso
mas é que vou levando comigo
algumas palavras e algumas entregas
e tenho pressa de chegar antes da tarde
antes que outro transeunte sem caminho
ache o endereço antes de mim.

Mas não corra tanto
que possa assustar as crianças
nem espante os pássaros dos fios
que é através deles que enxergo o céu.
Se algum poeta atravessar a rua
breque, não ofenda seus passos
que também eles não levam a lugares
onde eu já não tenha me hospedado
ou escondido uma esperança
ou amanhecido sozinho
com o mesmo frio com que cheguei.

Mas, se for possível, corra
deforme as árvores, as casas, as pessoas
que já cansei de decorá-las
sem que se dessem por mim.

No farol, ali em frente, entre à esquerda
porque ao longo há um gato pardo
esperando ser atropelado ainda hoje.
O senhor sabe, se nós o atropelarmos
irá conosco o som do seu último gemido
e é possível que quem não me espera se espante
e feche a janela quando chegarmos.

Chofer, sei que talvez a corrida seja longa
e o trânsito seja difícil
mas eu prometo pagar-lhe trocado
e com boa gorjeta de bênçãos
porque no momento em que chegarmos
eu o farei herdeiro de todas as minhas coisas
terrenos, praias, horizontes
portões, relógios, letras de samba
que o senhor se sentirá tão rico
que já poderá se livrar da direção dos outros
e procurar como eu o seu caminho.

Chofer, chofer...
pare naquela esquina.
Tenho a impressão de que já passei por aqui.
Olhe, talvez aquela moça de braços abertos
saiba onde fica o lugar do meu encontro.
Zaé Júnior

Muito além da arte de "trovar"


Chamamos de trovadores aos poetas que fazem trovas, correto? Quase. Explico: essa Antologia reuniu diversos sonetistas/trovadores, ou, se você achar melhor, trovadores/sonetistas. Um, porém, não fazia nem trovas, nem sonetos com regularidade. Aliás, não sei se ele chegou a fazer algum soneto... Trova, uma ou outra! Músicas, fez diversas (e como são lindas), era um chorão! Fazia chorinhos lindos com suas mãos e mente hábeis! Pirogravurista, Artísta Plástico, etc. etc. etc. Um dos maiores trovadores que São Paulo teve a honra de acolher chamava-se MÁRIO BELTRAME. Sempre presente às reuniões mensais, acompanhando sua esposa, a Presidente da Seção, Domitila Borges Beltrame e... fazendo capas dos livretos de trovas! Como esse que ilustra o "Post". Saudades, Mário!

Coletânea Rio Grande Trovador


Agora já é tradição... Aliás, tradição é o sobrenome da União Brasileira de Trovadores Seção Porto Alegre. Esse livro aí, por exemplo, é editado em conjunto com a realização dos jogos florais, que vêm ocorrendo há mais de 30 anos na cidade. Essa edição foi organizada por Marisa Vieira Olivaes, destacada trovadora gaúcha. Para integrar a coletânea, foram convidados 9 trovadores de outros recantos do país (e eu pude, honrado, representar São Paulo). De Marisa destaco a seguinte trova, que integrou a coletânea IV:
...
-o-o-o-o-
Magia é o instante - perfeito -
em que nós dois somos um,
quando, entre o seu e o meu peito,
não sobra espaço... nenhum!

Flávio Roberto Stefani


"ABCenário Gaúcho - poesias gauchescas", é um livro feito com alma. Com a essência de uma terra sempre pronta a representar nossa gente, de fronte erguida. Sobre o trovador Flávio Roberto Stefani falarei em outra oportunidade, hoje vou, apenas, deixar um poema dessa obra de conteúdo e forma delatores de uma cultura, que é preservada por nossos irmãos do Rio Grande, como quem defende a família e a sua honra. "Brasil" dito por eles, tem um significado muito mais amplo...
...
Uma lenda

Era uma vez um homem
que virou gaúcho
que virou estátua
e hoje é uma lenda!

O homem, de carne e osso,
nasceu como todos,
meteu o pé no barro,
piscou pras meninas,
fez estrepolias,
casou, foi feliz.

O gaúcho foi forjado na lida,
no campo, em mangueiras,
na geada fria
das manhãs do Sul,
e saiu aos quatro ventos,
rasgando poentes
a dizer aos mundos
das belezas da tradição gaúcha.

A estátua brotou de mãos e mente afinadas
de outro gaúcho
artista puro
que a colocou nas portas da cidade,
como que a defendê-la
pela força do bronze
e a expressão do olhar.

A lenda é o próprio Paixão Cortes,
símbolo vivo desta terra,
homem, gaúcho e estátua,
que orgulha qualquer taura
que pisa neste chão!
Flávio Roberto Stefani

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Cláudio de Cápua

Sobre Cláudio de Cápua, além da empatia instantânea (quem é aquele homem que brinca feito criança com as crianças?), posso exaltar sua sensibilidade e respeito extremos. Carolina Ramos, sua esposa, amiga e musa, disse: "...Seu trabalho em prol da Trova, sincero e despretensioso, merece o respeito daqueles que cultuam o gênero e fazem do Movimento Trovadoresco Nacional uma das mais ativas e populares facções da literatura do nosso país." De seu livro "Canto que eu Canto", destaco:
Tua palma em minha palma,
tua mão em minha mão,
a fundir alma com alma,
coração a coração!

Carolina Ramos





Carolina Ramos em trovas



No amor o tempo se gasta

com medidas desiguais:

se estás longe, ele se arrasta;

se perto, corre demais!



-0-0-0-0-


Há contraste em nossas vidas

mas, perfeito é o desempenho:

luz e sombra, quando unidas,

dão força e vida ao desenho...

Biografia de Luiz Otávio


Livro obrigatório para toda e qualquer pessoa que se disponha a trilhar os caminhos da trova, seja como trovador, seja como leitor.
A autora, Carolina Ramos (chamada com distinção de "Primeira Dama da Trova"), dividiu sua vida com Gilson de Castro (nome registral do grande poeta e criador do Movimento Trovadoresco Brasileiro Contemporâneo), falecido prematuramente em 1977. Radicada em Santos, membro de diversas entidades culturais em sua cidade, dentre elas o Instituto Histórico e Geográfico de Santos e a Academia Santista de Letras. No livro a vida de Luiz Otávio descortina-se como história do próprio movimento trovadoresco, cuja ebulição deu-se no início dos anos 60 e que, graças à força e determinação de seu criador, perenizou-se e avança pelo Século XXI, marcado, agora, pela expansão além-fronteiras dos países de língua portuguesa, conquistando adeptos nos países de língua espanhola (2007 marca os primeiros Jogos Florais de Buenos Aires!), avançando pela Europa, África, América do Sul e do Norte (E.U.A). Sobre as trovas e os trovadores continuarei escrevendo neste espaço... Deixemos, então, que fale Luiz Otávio:
Sou como a cana do engenho...
Quem dera que assim não fosse!
Quanto mais dores eu tenho,
o meu cantar sai mais doce!
-o-o-o-
Desconfio que a saudade
não gosta de ti, meu bem:
quando tu vens, ela vai...
quando tu vais, ela vem!
(Luiz Otávio)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Dize-me, Sergílio, qual a tua missão na Terra?





"- Trago mensagens de paz e alguns produtos importados!"



(Sergílio da Uspecéia)

Sergílio na Enterprise...


(Diário de bordo, data estelar 22082007)
Repare que todos estão sorrindo... menos o Spock! Decididamente, vulcanos não têm nenhum senso de humor!

Sergílio da Uspecéia - Biografia não autorizada




Sergílio da Uspecéia é uma personagem criada como alternativa aos "fakes" que infestam o site de relacionamentos chamado Orkut, a partir de uma caricatura minha desenvolvida por minha esposa e minha filha, em um software de desenhos. Eu imaginei um desses "sábios" que andam de cajado pelo deserto, distribuindo ensinamentos valiosos e contando histórias cheias de conteúdo místico e filosófico... E ele era assim no início. Mas foi ganhando consistência e sendo "consultado" por amigos e membros de diversas comunidades da qual participava, em especial as do curso de letras, da USP. Sempre se dirigia às mulheres como "musas" e aos homens como "aedos", aos quais distribuía "ósculos" e "amplexos". Não tinha idade definida, tendo supervisionado a construção das pirâmides, peregrinado pelo mundo todo, com participação ativa em todos os grandes acontecimentos de relevo da história da humanidade. Privou da amizade de diversos homens e mulheres famosos. Com o tempo, revelou-se um grande farsante. Porém, continuou angariando simpatias: ou seja, todos sabem que ele é um charlatão, mas gostam dele! Vou inserir suas aventuras e farsas no Blog, em doses homeopáticas...
...

Ósculos às musas e amplexos aos aedos!

Originais Reprovados


A "Originais Reprovados" é uma revista literária dos estudantes do curso de editoração da USP, membros da Empresa Júnior de Editoração, a Editora Com-Arte Jr. A idéia é publicar textos de alunos da Universidade, dando-lhes a difícil oportunidade de vê-los publicados, com festa de lançamento na ECA-USP e no Congresso Anual de Editoração, cujas últimas edições ocorreram no MASP (Museu de Arte de São Paulo). Foi uma honra participar do n° 2. O nº3 será lançado em Outubro e contará com textos selecionados pela Internet. Guardem um nome: Renato César Lacerda Ferreira (Poema "Trindade Mineira"). Boa sorte aos colegas da "Originais..."!

E se o título fosse maior que o conto?


A idéia era essa: "Quando o título diz quase tudo!" A revista "Originais Reprovados" comprou a idéia e publicou em seu nº 2. Ficou o registro! São aventuras e desventuras de pessoas comuns (no centro do furacão), de onde eu retiro um pequeno fotograma, o "conto" propriamente dito. O título, no final das contas, integra e explica a história. Clique na imagem para ampliar...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Mercado (Augusto de Campos) - extraído de A Cigarra n° 39


A Cigarra


Tente fazer uma revista de poesia! Pode começar, estou esperando... Já terminou? Não?
Nem começou?
Tudo bem! Tente colocar nessa revista nomes como Augusto de Campos, Hilda Hilst, Arnaldo Antunes, Dalila Teles Veras, Del Candeias, Yêda Schmaltz, Cláudio Daniel, Murilo Mendes, etc. etc. etc...
Só os etc. já vão te dar um trabalho incrível!
Tente mantê-la em circulação por 25 anos ininterruptos! Impossível?
Pergunte ao Zhô Bertholini e à Jurema Barreto de Souza como se faz! Dois poetas da minha terra natal, Santo André que fazem milagre! Ou você acha que é possível fazer tudo isso sem ter poderes incríveis!
A versão eletrônica está no site da editora Komedi (Kplus). Link ao lado

Teu nome



Ao findar a madrugada insone e fria,
um pequeno feixe de luz se atreve
no horizonte...
E as névoas soltas, que se perdem nos caminhos,
fazem lembrar o esvoaçar de nossas vidas...

Esta lembrança é tão real que, agora,
como se o tempo fosse o meu escravo,
eu volto a todos os lugares (que eram nossos)
no intervalo entre frações de algum segundo.

E na vertigem que este pensamento causa,
sou amparado, novamente,
por teus braços...

E já que o tempo não faz mais sentido,
e tendo, ainda, o teu perfume na memória,
o meu menor momento... é a minha vida
e a minha maior lembrança... é o agora!

Depois,...
percebo uma outra luz (bem mais intensa!),
nascida de um sorriso e de um carinho,
molduras de acalanto ao teu calar sereno,
semente de um poema livre e inacabado.

Retorno, enfim, à brisa fria da manhã
(companheira inseparável da saudade)
e vejo que o teu nome,
feito um Mantra,
escrito com as mãos, na areia fina,
está gravado em mim e não se apaga...
mesmo depois de ser envolto
pelo mar...

Sérgio Ferreira da Silva

Trovadores Friburguenses I


"Na Sementeira de Sonhos" é um livro de trovas obrigatório! Coordenado por Rodolpho Abbud (um dos MESTRES da trova literária brasileira), reúne trovas de 51 grandes trovadores friburguenses (19 deles "encantados"), sendo magistralmente prefaciado por João Freire Filho, magnífico trovador do Rio de Janeiro (sua benção, João!). Vou extrair desse livro, pelo menos uma das trovas de cada um deles, que representam, hoje, a cidade que foi o berço do movimento trovadoresco brasileiro contemporâneo.
Minha mágoa e desencanto,
foi ver, no adeus, indeciso,
eu, disfarçando meu pranto...
tu, disfarçando um sorriso!...
(Rodolpho Abbud)
Ante o olhar austero e frio
daqueles que te criticam,
sê feito as pedras do rio:
vão-se as águas... elas ficam!
(Nádia Huguenin)
O trem cortava a cidade
nos meus tempos de criança...
Hoje, corta de saudade
minha mais doce lembrança.
(Heloísa Sauerbronn Brandão)