quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma lição... do Assis!



O grande tenor se cala
ante o pássaro silvestre.
- É o discípulo de gala
querendo escutar o mestre!

(Antonio Augusto de Assis)

A nitidez da noite


No filme "O Jovem Andersen (Unge Andersen)", a personagem título comenta, a certa altura, que apesar de imaginarmos que a escuridão reduz nossa acuidade visual, é à noite que enxergamos mais longe, porque podemos ver as estrelas, que estão a milhares de quilômetros de distância da Terra. Quantas vezes nós nos iludimos com o excesso de luz que é lançado sobre um determinado tema pelos meios de comunicação, nas conversas com amigos e nas escolas? Talvez seja necessário observar a vida um pouco mais através da transparência da noite, da reflexão íntima, ou seja, ver de olhos fechados! Que tal refletir um pouco? Feche os olhos... (texto publicado no "Livro da Tribo" - edição 2008/2009. - Sérgio Ferreira da Silva)

Saldo Positivo


As dores e os desencantos

não foram tantos assim...

Tua boca e os teus encantos

calaram bem mais... em mim!


(Sérgio Ferreira da Silva)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Insônia (2)

Postei, recentemente, um soneto chamado INSÔNIA. Hoje recebi um soneto do Venturelli (José Octávio), com nome diferente mas motivação idêntica. Gostei muito e pedi autorização para publicá-lo. Autorização concedida, com a boa vontade do mestre e amigo: "É Claro que VC pode publicar meu Soneto no seu Blog, no seu blig, no seu blag, e o nome é REVOLTA.
Um beijo pra VC e 'nas meninas'.
Márcia agradece.
O Véio Poeta !!!"

Então, lá vai, com a "pe
rmissa venia" do Véio mais jovem que eu conheço.


REVOLTA


É Madrugada ... A insônia, companheira
das velhas horas de recordações,
vai desfilando antigas ilusões
que me enganaram uma vida inteira.

A noite me entristece as emoções .
..
Sangram Poemas, líricas goteiras
de um coração perdido das razões,
onde a Tristeza faz sua trincheira.

Mas, em revolta, expulso os pensamentos,
e, então, eu durmo os últimos momentos
da noite que passou de luz acesa.

Não vou chorar as flores não colhidas.
Eu já me acostumei às despedidas...
Não quero as tuas lágrimas Tristeza !

Otávio Venturelli


Venturelli é o primeiro da esquerda para a direita, em Nova Friburgo (Maio de 2009) - Foto by Leila Rodrigues

_____________Cacildis!!!!!________________


A cidade de Bandeirantes, no Estado do Paraná, realiza um dos mais tradicionais concursos de trovas do Brasil. A UBT da cidade é chamada por Izo Goldman de "Clube da Luluzinha", graças ao grande número de trovadoras na cidade, todas com destaque no cenário nacional.

Bandeirantes realizou um concurso, em 1994, cujo tema foi "Palhaço". Naquele ano, o Brasil perdia um de seus maiores comediantes, O Mussum.

Antonio de Oliveira, meu "padrinho" na trova, sensibilizado com a perda, homenageou o grande artista com uma trova que foi vencedora naquele certame. Quem foi criança nos anos 70 tem o "mussa" no coração, como eu! A bela trova:


Não desistas, meu palhaço,
segue feliz para o além,
que entre os Anjos, lá no espaço,
há criancinhas também!

(Antonio de Oliveira)







terça-feira, 28 de julho de 2009

USP - 75 ANOS

Em 2009, a Universidade de São Paulo completa 75 anos e lançou um site comemorativo para marcar a data. São diversos informes abordando o papel da Universidade no cenário nacional, bem ainda alguns fatos relevantes de sua história. Paralelamente a isso, abriu espaço para que pessoas ligadas à USP pudessem divulgar registros fotográficos dessa história, sob o título "A USP É VOCÊ QUEM FAZ" eu e alguns amigos participamos e tivemos algumas fotos adicionadas ao site. Não vou colar nenhuma aqui, mas darei três pistas: Beatles, Nasi e Alunos da faculdade de letras. Apenas para instigar uma visita. O site é "www.usp.br/75anos" e a página inicial vai reproduzida abaixo...





segunda-feira, 27 de julho de 2009

O beijo


O beijo


O

que,

em mim,

te atrai?

- Nada! -

Nada? Nada.

Nada, mesmo? É, nada!

Nada? Sério? Sério, nada!

Nada? Nada.

Nada? Nada!

Nadada?!

Nada

?!




Insônia








Insônia


A madrugada deita-se comigo,

para mudar, de vez, a minha vida:

viro de lado e finjo que não ligo;

mas, ela insiste e beija-me - atrevida...


tento desvencilhar-me - e não consigo ! -

dos seus carinhos - busco uma saída ! -

e quando o sono nega o seu abrigo,

eu vejo, enfim, que a luta foi perdida.


Agora, insone, - o amor é o que me resta !

meu coração, vencido, não contesta

pois quer provar seus beijos - novamente !


Mas, tão intenso - e doce ! - é o seu calor,

que eu, de vencido, passo a vencedor

e durmo, nos seus braços,... - lentamente.


(Sérgio Ferreira da Silva)

domingo, 26 de julho de 2009

Livro do Desassossego




Uma das leituras - quantas e boas! - que fiz no primeiro semestre de 2009 (quase um exílio) foi de boa parte do Livro do Desassossego (Companhia das Letras), uma coletânea de prosa esparsa do Fernando Pessoa, recolhida de um baú de coisas encontrado depois de seu falecimento. O nome da obra não poderia ser melhor, são reflexões profundas do mestre, em pessoa (mania de trocadilhar - nem sei se o verbo existe!)! Abaixo, transcrevo o fragmento 212, curtíssimo e próprio a um blog que se dispõe, entre outras coisas, a pensar a poesia. Nele, também, toda a gênese da heteronímia...



"...212.
Ter opiniões é estar vendido a si mesmo. Não ter opiniões é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta."

Trovas de Guardanapo

Nos encontros de trovadores brasileiros, é costume a realização de pelo menos um jantar... Daí que alguém pergunta algo do tipo: "-Você conhece aquela trova do fulano?" Alguém, então, declama a trova, ou a escreve, para resgatá-la, aos poucos, da memória. E onde escrevê-la? No pedaço de papel mais comum dos restaurantes: a conta! Não! Não! No guardanapo!

Pois foi em Friburgo que minha filha, a Laura, teve uma idéia interessante, porque não fazer um livro de guardanapos. A idéia "pegou" e, em poucos minutos, grandes trovadores do Brasil inteiro estavam escrevendo sua trova preferida para ilustrar a primeira coletânea de trovas de guardanapo do Brasil.

Os guardanapos foram reunidos e lidos ali mesmo, no dia 16 de Maio de 2009. Digitalizei os guardanapos e o José Ouverney está revisando, para uma versão eletrônica. Aguardem!


Por enquanto, fiquem com a trova do Magnífico Trovador Arlindo Tadeu Hagen, um refinado aperitivo, antes do "jantar poético" que se aproxima!

Eu te imploro, por favor,
não insistas neste adeus.
se não for por meu amor,
fica, pelo amor de Deus!

(Arlindo Tadeu Hagen)

sábado, 25 de julho de 2009

Meus caros amigos!


"...meu caro amigo me perdoe, por favor, se não lhe faço uma visita..." (Chico Buarque)

Depois de um longo e tenebroso inverno (não sei quem cunhou essa frase, mas ela é essencial, nesse momento), estou de volta! Fiz o login. Percebi algumas mudanças no blogspot. A que mais me chamou a atenção diz respeito à figura do seguidor (follower, como dizem lá). Agora é possível saber quais são as pessoas que recebem informações sobre as atualizações que são feitas no blog. Descobri que tenho 2 followers: Pedro Mello e José Feldman! Thank you fellows (quase um anagrama!). Dedico a vocês o que pretendo escrever daqui pra frente, porque vocês souberam aguardar (rsrsrs). Agradeço de coração. Mas sei, também, daqueles que apesar de não se cadastrarem, me incentivaram a voltar. Porém, foi um longo e tenebroso inverno, mesmo! Pensei muito, não tinha vontade de escrever... Mas li muito, mais até do que as leituras obrigatórias da faculdade, que também retomarei no segundo semestre, sem pressa de terminar: o bom de retomar os estudos, depois de anos, é saber aproveitar melhor o "ouro" diário do aprendizado. Estou postando agora, para tirar a ferrugem - afinal, desde 11 de Janeiro não atualizo esta página! - e escolhi a imagem da capa do disco (vinil) do Chico Buarque de Hollanda, que é título desta postagem. Explico: tenho fascínio por ele (o disco) e admiração por ele (o chico). Tudo porque, quando eu tinha uns 11 anos, fiquei uns dias na casa de uma tia (já falecida, tia Bil - qualquer dia eu falo sobre o apelido, dado a todos os nordestinos que se chamam Severino ou Severina - tenho mais dois tios e uma tia com esse apelido) e minha prima, a Cristina, com 20 e poucos anos, pôs esse disco para que eu ouvisse. Dentro havia um encarte, com as letras. A Cristina, muito esperta, sabia que eu ia me interessar! Na época eu não tinha consciência política, tendência poética, nem nada digno de nota, pelo menos não me recordo, nessa época, se não me engano,
eu só me preocupava em conseguir dar um primeiro beijo em alguma menina. Talvez minha prima tivesse percebido alguma tendência literária em mim... sei lá! Mas devo a ela o despertar de uma consciência diferente, de um novo olhar sobre as letras das músicas. Nunca havia refletido sobre isso, e agora, escrevendo, lembro até da vitrola... Desculpem, meus amigos, se não lhes fiz umas visitas, no decorrer desse ano, mas podem "botar água no feijão!" "Eu tô voltando!"