segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Rosa da China






“O Mimo-de-Vênus ainda entremeia o rosado das flores com o verde espesso da folharia.” (Telmo Vergara, in Contos da Vida Breve).

A rua Rosa da China está situada em um bairro chamado Jardim São Roberto, na periferia de São Paulo, muito próxima da divisa com a cidade de Santo André. Em toda a sua extensão, chama a atenção por seu declive acentuado, por suas casas humildes e porque nela foi erigido um Centro Educacional Unificado (CEU), que leva o seu nome.
Rosa da china, também, é o nome popular do Hibisco, ou Mimo-de-Vênus, que, segundo a Enciclopédia Encarta, é o “nome dado a várias espécies de plantas nativas das regiões quentes e temperadas do hemisfério Norte. A flor do hibisco se caracteriza por apresentar o cálice rodeado por um grupo de brácteas coloridas que dão a impressão de que o cálice é duplo. O fruto é uma cápsula com cinco cavidades e numerosas sementes.”
Eu, por convicção, não acredito em coincidências... Mas, a Rua Rosa da China tinha tudo para ser, apenas, mais um nome bonito de flor a batizar um logradouro, perdido na periferia de uma metrópole, sem o mínimo sentido para aqueles que fizeram daquela rua a sua morada, depositando ali seus sonhos e desesperanças.
As crianças que por ali brincavam, nem sonhavam em poder, um dia, dar um mergulho nas águas de uma piscina, a não ser naquelas de duzentos litros, apertadas no fundo do quintal, cujas águas serviriam, depois, para lavar a calçada, regar as plantas e escorrer pelo bueiro, com as suas perspectivas de dignidade e cidadania.
Jovens sem opção ao ócio, a não ser o refúgio da televisão, video-games, ou, pior, as drogas, hoje, jogam basquete, andam de skate, aprendem técnicas de informática, ou “dão um tempo” na biblioteca.
Adultos navegam pela Internet, fazem cursos, massagens, Yoga, ginástica, ou seja, exercem sua cidadania.
Para todos os que se interessam, há cursos, oficinas e atividades, as mais diversas, geralmente após um mero agendamento.
Como eu disse, não acredito em coincidências, mas acredito que os fatos, os nomes e as esperanças convergem e acabam se encontrando em determinado momento. As coisas e as pessoas têm uma vibração, um espírito, uma alma, uma aura, sei lá... Adote aquela definição que melhor se adapte à sua crença, ou à falta dela.
O fato é que, igual ao hibisco, à Rosa da China, ou ao Mimo-de-Vênus, como descreveu Telmo Vergara, com a licença poética que me permito utilizar, aquele Centro Educacional (que é seu, meu e de todos independentemente que quem o tenha construído – aliás não é mérito nenhum construir obras úteis com o DINHEIRO PÚBLICO) entremeia esperança, sorrisos e cidadania, com a tristeza espessa da periferia.
Agora, é aguardar que as numerosas sementes do Hibisco possam germinar no solo fértil de outras desesperanças...





Sérgio Ferreira da Silva

Uma de cada!


O CONHECIMENTO
A)


C....
DA
CÓ...
DA
CÓP..
DA
CÓPI.
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA
DA
CÓPIA... ORIGINAL!


Sérgio Ferreira da Silva

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

11 de Setembro


Cotidiano 2001
(11 de Setembro)




Pela TV, o mundo estarrecido
assiste, mudo, à queda da esperança:
a tela mostra o ferro retorcido
e a multidão clamando por vingança...


Mas, a vingança e o ódio desmedido
não são, em si, as causas da matança?
...e, mais e mais, em ódio consumido,
todo o ocidente, no deserto, avança...


O entendimento jaz por sobre a terra;
a intolerância reina sobre o amor;
e, em vez de risos, sofrimento e dor!


Agora, é tão comum falar de guerra,
que eu rogo que esse sentimento insano
não passe a se chamar... cotidiano!


Sérgio Ferreira da Silva

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O vento e o mensageiro



Meus Amigos,

Sabem aqueles "Mensageiros dos Ventos", colocados nas sacadas e corredores ventilados das residências? Eles têm as mais variadas formas: uns são de madeira; outros de pedra; de metal; plástico; etc.

Dependendo de sua composição e tamanho, eles produzem os sons mais variados.

Uma vez me disseram o seguinte: "-Nunca toque diretamente um Mensageiro... Para saber que som ele tem,... sopre-o!" Realmente, quando tocamos ou batemos nele, o som perde a qualidade: sai mais seco, forte e antinatural.

Agora, a metáfora... Nós, ora somos o mensageiro, ora somos o vento que passa...

Nenhum deles tem a menor graça sozinho, pois somente a sua interação resulta em algo positivo: a intensidade do vento determina a alegria ou a serenidade do Mensageiro; e a qualidade do Mensageiro determina a vibração harmônica que o vento levará adiante, no caminho que percorrer. Não adianta tentarmos imitar o som produzido pelo toque do vento, porque ele envolve o mensageiro por completo e varia a sua intensidade a cada sopro. A imitação soaria sempre falsa.

Enquanto seguirmos pela vida fazendo as vezes do vento, encontraremos Mensageiros das mais variadas formas, timbres e tamanhos e os sons que eles produzirem permanecerão conosco para sempre, encantando a nossa alma.

Quando formos, então, Mensageiros, dependendo da intensidade com que sejamos tocados, ou soprados, imprimiremos nas pessoas-vento a resposta àquilo que elas compartilharem conosco.

Não adianta, também, tentarmos prever que som será emitido ou qual mensageiro será soprado, o importante é sermos, verdadeiramente, um ou outro.

Que a vida, para todos vocês, seja como o vento que toca o mensageiro pelas manhãs e acorda, suavemente, aqueles que acreditam que é possível, sempre, aprender com os outros.

Que este texto seja, para vocês, meu sopro... ou meu som!


Sérgio Ferreira da Silva

domingo, 2 de setembro de 2007

Trovas a granel (1)


PONTE AÉREA

Essa ternura que exalas,
e os meus receios acalma,
faz um vôo, sem escalas,
da tua pele... à minh’alma!

SALDO POSITIVO

As dores e os desencantos
não foram tantos assim...
Tua boca e os teus encantos
calaram bem mais... em mim!

HIPOCONDRIA

Tem mania de doença
e de remédios se entope...
Por isso, não é ofensa
quando alguém grita: “XAROPE!”


(Sérgio Ferreira da Silva)

sábado, 1 de setembro de 2007

Fulguras, ó Sergílio, florão da América!



- Parece que foi ontem!

Sergílio no Ipiranga, às margens plácidas!



Semana da Pátria! Quanto de simbólico! Do livro "Eu e a história: o que seria do mundo sem mim?", de Sergílio da Uspecéia, extraí o seguinte depoimento:
"Pedro estava indeciso, então, disse a ele: - Vai, Pedrão, põe prá fora essa energia! E deu no que deu... Até os cavalos ficaram assustados!"