RÉQUIEM PARA UM AMIGO
(em memória de Célio Branco)
Ontem, aparentemente, morreu um guerreiro.
Era Natal.
Justamente
o dia em que pessoas de vários credos celebram o renascimento (do Cristo, da Fé
e da Esperança).
Justamente no Natal.
Ao seu funeral acorreram muitos de seus amigos,
até os mais distantes.
Ao lado de seu corpo, entre lágrimas, alguns
sorrisos.
Era
orgulho.
Orgulho da mera lembrança de sua garra, do seu
sorriso, do seu respeito e cuidado com crianças e anciãos. Da alegria em poder
ajudar: “pode contar comigo”. Da coragem, do reconhecimento do erro, da voz
marcante, da risada contagiante. Do falar com os olhos e o coração.
Era um homem comum? Não. Era um homem simples, de
uma grandeza incomum.
Um dos significados de seu nome é “o que vem do
céu”.
E sua luta, nos últimos tempos, tornou-se infinda.
Era hora de repousar, como diriam os latinos “requiem aeternam dona eis”, ou
seja, dai-lhes o repouso eterno.
Hora de repousar,
amigo.
E no início, quando
disse que ele partira apenas aparentemente, eu refiro os pensamentos daqueles
que o viram descer à terra: ele permanece vivo, naquilo que compartilhou com cada um dos seus
inúmeros amigos e com sua família.
Afinal, não é todo
dia que podemos ver alguém sendo aplaudido depois de partir...
(Sérgio Ferreira da
Silva, em 26 de dezembro de 2013)