Conheci Célio Robusti em São Caetano do Sul, no final dos anos 90. O tempo e os compromissos profissionais nos afastaram, mas o que é a distância para uma amizade justa e perfeita? Um grande nada! O Célio participou, nos anos 80 de um grupo de poetas chamado LIVRESPAÇO, que produziu boa poesia e foi importante para o cenário literário da época. Esse livro, parceria com Guilherme Castanho (imagens) é um fotopoema, como ele mesmo chama na capa. São fotos de Paranapiacaba, uma vila ferroviária, cujo território pertence a Santo André e de onde, caso não haja neblina (o que é quase impossível!), é possível avistar o Mar. Na divisão interna, há uma foto (na página da esquerda) e um poema (na direita). Gosto de todos, mas destaco esse:
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VIII
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Tenho me perdido no tempo, eu sei
a pele repleta de razões grita murcha,
assim mesmo, ao infinito minha espera.
Quando tu voltares estarei maquiado e rejuvenescido
minha face imberbe pronta pros seus lábios e dedos.
Tenho caminhado pelas pedras de mim mesmo
descanso de quando em quando, quase vencido
quando as flores da primavera tocam meus pêlos
ergo os olhos somente para ver o mar...
Célio Robusti