domingo, 26 de agosto de 2007

Sérgio Bernardo


Outro trovador de quem eu era “fanzaço” antes de conhecer pessoalmente. Depois de conhecê-lo, por falta de um superlativo apropriado, sou mais fanzaço ainda. Em “Caverna dos Signos” não é o trovador Sérgio Bernardo quem nos fala: é o poeta maiúsculo e o prosador envolvente e profundo. Sérgio Bernardo, carioca radicado em Nova Friburgo é jornalista, também e escreve para o jornal “A Voz da Serra”. É freqüentador assíduo do Bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, celeiro de ótimos poetas, em sua ebulição cultural contínua. Aprendi muito lendo as trovas e poemas dele. Um grande abraço, Serjão! Aliás, que nome bonito você tem! Do livro, um soneto e tanto:


Espólio do senhor do quarto 5

Três violetas já murchas numa lata,
um par de óculos sem uma lente,
um talco, uma loção, um robe, um pente,
uns discos velhos, uma cruz de prata,

um prato, um copo, um garfo, um detergente,
leite azedo num pires, uma gata,
uma conta a pagar naquela data,
um bloco, um lápis, cartas de um parente,

um travesseiro, a cama sem lençol,
um sapato já gasto, um cachecol,
uma calça, um casaco, um quadro torto,

um antigo retrato de criança,
um lenço de mulher, uma aliança,
uma vela apagada, um sonho morto.

(Sérgio Bernardo)

Um comentário:

Anônimo disse...

Tbm sou fã. Tenho até um poema manuscrito . . .