domingo, 26 de agosto de 2007

A trova em três tempos...


Esse precioso livro de Lygia Gomes de Pádua, da UBT Belo Horizonte, traz em sua capa toda a essência de seu conteúdo. A trova, como já disse em um tópico anterior, é chamada pelos trovadores de ROSA. A capa do livro de Lygia dispõe pétalas e rosas em uma composição harmônica e equilibrada. Seu livro não é diferente: dispõe as trovas em três tempos distintos. Três maneiras de apresentar a trova, tanto aos leitores, quanto aos trovadores. Na primeira parte, apresenta definições da trova, na visão de diversos autores. Na segunda, a técnica de composição (métrica e rima, mais especificamente) e na terceira, o deleite, o alumbramento, os malabarismos, as composições. É como se as rosas da capa fossem apresentadas, primeiramente por botânicos que as definissem; num segundo momento dissessem o que é preciso para que uma flor seja considerada uma ROSA e, por fim, desfilassem imagens das mais belas rosas pelas retinas do leitor. Trabalho sensível. que foge ao lugar-comum. A seguir, algumas das tantas trovas que Lygia colacionou:
...

Talvez rireis ao saberdes
como eu me sinto em apuros
se pousais os olhos verdes
em meus olhos já maduros!

(José Fabiano – Belo Horizonte/MG)


Infância é um brinquedo usado
que, um dia, a vida resolve
tomar um pouco emprestado
e nunca mais nos devolve!

(Arlindo Tadeu Hagen – Juiz de Fora/MG)


Saudade, posso entendê-la
ao ver no céu, a luzir,
o brilho daquela estrela
que já deixou de existir...

(Waldir Neves)

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