Valeu a espera de 20 anos para rever esse grupo, que fez muito sucesso nos anos 80, com hits como Save a Prayer, The Reflex e Wild Boys. Em Janeiro de 1988, eu e a Leila (já noivos) assistimos a participação deles no festival chamado HOLLYWOOD ROCK. No mesmo dia, apresentaram-se o grupo brasileiro ULTRAJE A RIGOR e o também inglês SIMPLY RED. Todos com ótimas performances. Agora em 2008, além da sempre companheira Leilinha, a filhota LAURA também compareceu e vibrou em dobro, pelos dois quarentões. Nos dois dias, ficamos em locais ótimos, colados à grade, a dois metros de distância dos ídolos. Conhecemos outros fãs do grupo, da nossa geração, além de outros mais novos. Foi emoção pura! Quando se reencontram velhos companheiros a alegria e a festa estão garantidas. O Duran Duran sempre esteve conosco, fez a trilha sonora da nossa vida e, pelo visto, fará um pouco da trilha da Laura, também...
terça-feira, 25 de novembro de 2008
O melhor show da minha vida! (The best show of my life!)
Valeu a espera de 20 anos para rever esse grupo, que fez muito sucesso nos anos 80, com hits como Save a Prayer, The Reflex e Wild Boys. Em Janeiro de 1988, eu e a Leila (já noivos) assistimos a participação deles no festival chamado HOLLYWOOD ROCK. No mesmo dia, apresentaram-se o grupo brasileiro ULTRAJE A RIGOR e o também inglês SIMPLY RED. Todos com ótimas performances. Agora em 2008, além da sempre companheira Leilinha, a filhota LAURA também compareceu e vibrou em dobro, pelos dois quarentões. Nos dois dias, ficamos em locais ótimos, colados à grade, a dois metros de distância dos ídolos. Conhecemos outros fãs do grupo, da nossa geração, além de outros mais novos. Foi emoção pura! Quando se reencontram velhos companheiros a alegria e a festa estão garantidas. O Duran Duran sempre esteve conosco, fez a trilha sonora da nossa vida e, pelo visto, fará um pouco da trilha da Laura, também...
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Sérgio Bernardo 2
Já falei dele aqui... Leiam esse poema que venceu um dos mais cobiçados concursos do Brasil... Na formatação em que ele publicou. Fala, aí, Serjão!
Movimento
de espelhos
1
O dia
compõe em mosaicos
meus instantes
Amanheço
fragmentos
e durmo
ilusão de conjunto
na mais total
incompletude
Como quem se mira
em espelhos quebrados
restauro
utópicos fractais
de mim
ainda encontro a forma
de esculpir-me
um corpo indivisível
2
Na minha mesa posta
um bule com o choro de
[ontem
servido amargo
Entre os jornais do dia
o roteiro em detalhes
do que podia ter sido
Em vez da geléia de morango
o suor das tarefas
num pote de cerâmica
A faca corta o pão
como se amputasse
a língua do ódio
No balcão da copa
o relógio do microondas
cobra meu tempo
Todo dia às 7
desjejuo em silêncio
e a família ignora
a fome de dentro
3
Desço escadas
tateando teias
que eu ontem teci
junto às aranhas
Procuro os porões
em que apodrecem
palavras puídas
Entre trastes de avós
coleciono em caixas
remorsos antigos
Não existem janelas
nestes aposentos
e a única lâmpada
ainda nova queimou
As paredes gastas
aceitam o mofo
do modo que aceito
o oco dos dias
Nos meus subterrâneos
por que essa mania
de reter o já findo?
4
Fabrico holofotes
com minhas palavras
Cada gesto meu
produz um incêndio
Semeio lâmpadas na casa
no quintal crio vaga-lumes
Sou eu que toda noite
faço o parto da lua
Nos olhos e sorrisos
idealizo abajures
Adormeço meu frio
no colo do fogo
Com dedos de sol
amanheço a cozinha
Prendo estrelas em fios
e as vendo nas feiras
A claridade é meu ofício
5
Que sei eu das sombras
petrificadas em chinês
nas paredes da infância
Que sei eu dos muros
separando mundos
nos quintais da pátria
Nas mesmas palavras
dos mesmos livros
que sei eu de mim
Que sei eu
ignorante em didática
das aulas sonegadas
Eu que não sei nada
sendo parte de tudo
que sei eu do outro
Que sei eu, me diga
das manhãs e tardes
tecidas em silêncio
Órfão das noites
paginando lendas
que sei eu das luas
Na ciranda do tempo
que sei eu da face
que move os espelhos
(Sérgio Bernardo)
Poema premiado no 43º Festival de Música e Poesia de Paranavaí (Femup), no Paraná
Quatro Sérgios
sábado, 15 de novembro de 2008
Adverbiando

Sede de Mente
A anônima mente
mente.
Mente, tão somente,
por ser anônima:
Anonimamente!
A mente
mente, simplesmente.
Mente... por mentir.
Simples mente.
Como mente? Totalmente? Parcialmente?
Mente indefinidamente e,
como mente indefinida,
mente sem alarde,
comumente...
Verdadeiramente, mesmo quem ama
mente:
mente por amar;
mente por mentir...
E quem não ama, mente?
Mesmo quem não amamente!
Urge que, por fim, se saliente:
nem toda mente mente!
Se não houver a quem mentir,
mente a mente
o ente
mente à mente.
Sérgio Ferreira da Silva
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Marcos "Nasi" Valadão 2 - O encontro com o ídolo
Tô eu na USP, hoje, no intervalo entre aulas, passeando na feira do livro (prédio da História)... Me liga o Sérgio Rorato: "Cara, onde você está? O Nasi tá pertinho da gente!" - Corta! Voltando ao início dos anos 80 (por volta de 1981)... Fui assistir, no Centro Cultural São Paulo, um show de um grupo chamado Voluntários da Pátria (tenho o disco deles), embrião do grupo IRA! Acompanhei toda a carreira do IRA!, até a recente e tormentosa separação. Cheguei a tocar guitarra base e fiz os vocais de um conjunto de garagem, cujas melhores performances eram "covers" do IRA! em 2003, fui 1º colocado em um concurso de contos do SESC, cujo tema era "Só depois de muito tempo fui entender aquele homem!", que é o trecho de uma música do grupo. Cheguei a sonhar, algumas vezes, que cantava com o grupo, ou que conhecia os integrantes. - Corta! Hoje, 13 de Novembro de 2008, o Nasi estava lá, na USP, corri na direção dos amigos, arranquei o caderno da bolsa, peguei uma caneta e fui atrás do camarada: "Nasi! Nasi!" Ele foi muito simpático e gentil. Contei a ele que acompanhei o grupo desde os tempos do Voluntários e ele: "Que legal!" "Bacana!" "Vá assistir meu show dia 13..." Tiramos uma foto (Eu, ele e o Sérgio Rorato, que também é fã de carteirinha!). A foto ficou uma "caca". Chamei ele outra vez: "Nasi, a foto ficou uma b....!" "Tudo bem! Vamos tirar outra:

Olha a simpatia do menino e as caras de bobos dos Sérgios!
(Foto by Renato Lacerda, no celular de Luana Fontana - Thanks!)
Marcos "Nasi" Valadão - O autógrafo do ídolo!
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
DIVENEI BOSELI

Divenei Boseli é trovadora e sonetista de primeira conjugação... Explico: foi das primeiras que aprendi a admirar quando, das mãos de Antonio de Oliveira, recebia livretos de trovas, com resultados de concursos de todo o Brasil, antes de me tornar trovador! Ou seja, as trovas de Divenei (e de outros grandes trovadores brasileiros) me ensinaram a fazer trovas. Ela é uma das “culpadas”, digamos assim. Posso dizer, então, que eu DIVENEI... Espero que você DIVENEIE, também...
Não regressas... Mesmo assim,
a ilusão que eu julguei morta,
morta de pena de mim,
monta guarda à minha porta.
Saudade, eterno martírio
que ocupa, agora, em meu peito,
os espaços que o delírio
ocupava em nosso leito!...
Vai trabalhar, vagabundo,
grita a mulher, feito gralha;
e ele rosna lá do fundo” :
– “Vagabundo não trabalha!”…
Sérgio Ferreira da Silva
sábado, 8 de novembro de 2008
TINHA O QUÊ??? ou TINHA UMA DROGA DE UMA PEDRA NO CAMINHO

Outro exercício, agora com Drummond, na Escola Livre de Literatura, também em 2005...
Tinha o quê???
No meio do caminho, tinha alguma coisa.
Pois, é! Eu estou aqui, no caminho, pronto e decidido a enfrentar essa COISA!
Outro dia, alguém escreveu no jornal (um crítico, talvez), que o Poeta não disse, no poema, aquilo que ele deveras disse (citando o Pessoa). Mas, por ser uma antena de seu tempo, disse o que disse, porque era a voz da consciência de todos nós.
EU NÃO NOMEEI POETA NENHUM MEU PROCURADOR!!!
Aliás, é por isso que estou aqui, neste caminho... Nenhum Poeta, por melhor que seja, vai me representar... Andar meus passos por mim. Ficam, aí, endeusando um, consagrando outro... Idolatria! Idolatria barata!
De minha parte, até agora, não vi COISA NENHUMA! Êta caminho besta, sô! Não tem nada!
Estou andando faz tempo... Já está escurecendo... e nada!
Que breu! Estranho, este céu sem estrelas,... sem esperança,... sem nada.
O caminho parece o céu: escuro, sem Lua,... sem uma estrelinha...
Será o mesmo caminho do Poeta? Chão batido,... sem beirada? Só o caminho... e este céu escuro, sem estrelas? Céu sem estrelas... e sem nuvens! Nenhuma nuvem! Nada!
Eu!
Só eu, no caminho!
Olhando para o céu vazio!
Andando... Andando...
AAAIIII!!!! Ai meu dedo!!!!
Tinha uma droga de uma PEDRA no caminho!!!
(Leia, agora no sentido inverso!)
Sérgio Ferreira da Silva
Imitando Kafka...
Quando se vai passear à noite por uma rua e um homem já visível de longe _ pois a rua sobe à nossa frente e faz lua cheia _ corre em nossa direção, nós não vamos agarrá-lo mesmo que ele seja fraco e esfarrapado, mesmo que alguém corra atrás dele gritando, mas vamos deixar que continue correndo.
Pois é noite e não podemos fazer nada se a rua se eleva à nossa frente na lua cheia e além disso talvez esses dois tenham organizado a perseguição para se divertir; talvez ambos persigam um terceiro, talvez o primeiro seja perseguido inocentemente, talvez o segundo queira matar e nós nos tornássemos cúmplices do crime, talvez os dois não saibam nada um do outro e cada um só corra por conta própria para sua cama, talvez sejam sonâmbulos, talvez o primeiro esteja armado.
E finalmente _ não temos o direito de estar cansados, não bebemos tanto vinho? Estamos contentes por não ver mais nem o segundo homem.
Conto de “Contemplação / O Foguista”, de Franz Kafka
POR QUE NÓS PASSAMOS CORRENDO?
O primeiro homem
Por recomendação do cardiologista!
Prefiro correr à noite. Principalmente nas noites de Lua Cheia... Não há automóveis! Às vezes, levo meu walkman - o ritmo da música determina o da corrida. Às vezes, meu irmão corre comigo... Então, nos tornamos duas crianças: apostamos corrida e gritamos feito loucos! Às vezes, cruzamos o caminho de algum bêbado de olhar assustado, mas passamos velozes e ele fica para trás, tentando entender a algazarra.
II
O segundo homem
Eu corro atrás dele!
Meu irmão mais novo é um inconseqüente: gosta de correr a noite (diz que é recomendação médica) e não se apercebe dos riscos que corre. Concordo que a corrida é um hábito saudável, mas, à noite – e, pior, com Lua Cheia -, o perigo aumenta!
Noite dessas, corríamos ladeira abaixo e eu avistei um sujeito estranho. Gritei para que meu irmão tivesse cuidado, mas ele achou que era apenas um bêbado e fez pouco caso.
Por isso, quando corro com ele, levo, sempre, minha arma. Tenho porte... Não é um direito? Eu prometi à minha mãe que cuidaria dele aqui na cidade!
Sérgio Ferreira da Silva
Obs.: O Título é o mesmo da tradução, com as palavras e letras dispostas de forma diversa, sem acréscimo ou diminuição de seu número [ANAGRAMA], como um questionamento.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008
No princípio, era MATRIX...

EVOLUÇÃO
“No sexto dia, Deus criou o homem, à sua imagem e semelhança, sem furo nenhum atrás da cabeça!”
(autor desconhecido)
(No meu sonho, as letras e números verdes caem à minha frente, girando sobre o próprio eixo. Isso me acalma).
- Tudo, no universo, resulta de uma lógica superior, um código não visível, inexplicável. Caminhamos, quer dizer, a humanidade caminha lentamente em direção à evolução, mas eu não posso esperar! A trilha evolutiva se estende por inúmeras gerações e, infelizmente, eu só tenho uma vida!
- Mas isso nunca foi feito! O que o senhor está querendo fazer é pura fantasia... É loucura, é...
- Ficção Científica!
- Nós não podemos... O senhor não pode...
- Doutor, no início do século vinte, disseram a Santos Dumont que voar era impossível,... mas ele tinha um sonho! E sonhava acordado, como eu! A diferença entre nós dois é a de que ele podia executar seus planos e voar em seus protótipos. Eu, entretanto, necessito de cirurgiões, anestesistas, enfermeiras, um hospital, etc...
- O senhor pode morrer! Pode sofrer lesões irreparáveis, pode...
- Posso, não, doutor: eu VOU morrer, um dia! Um dia! Faça! Simplesmente, faça!
- Senhor Silva,...
- Pode me chamar de Neo!
- Uma grande empresa japonesa já patenteou um dispositivo que envia estímulos eletro-magnéticos ao cérebro, de forma não-invasiva... Mas, o que o senhor quer é que implantemos em seu cerebelo um receptor de impulsos, no estilo daquele filme!
- Matrix! Isso mesmo! Finalmente o doutor entendeu!
- É uma brincadeira, não é? Tem uma câmera escondida, em algum lugar?
- Vou ser mais claro: se vocês não fizerem a cirurgia, vou parar de fazer doações ao seu hospital!
- Mas... nós dependemos de suas doações, senhor Silva, quer dizer, Neo!
- Fique tranqüilo, doutor, já fiz meu testamento! Caso eu morra, ou tenha qualquer seqüela, o hospital receberá, mensalmente uma boa quantia, por várias décadas! Mais do que recebe hoje!
- Sendo assim, senhor Sil... NEO, não me resta alternativa, a não ser concordar. Me diga, somente, o que o levou a acreditar que uma história como a do filme poderia tornar-se realidade?
- Doutor, desde Júlio Verne, os escritores e roteiristas de ficção vêm antecipando a invenção e desenvolvimento de aparelhos, máquinas, armas e veículos que, hoje em dia, são considerados úteis e imprescindíveis para a vida cotidiana. Chegará o dia em que o Homem será teletransportado a qualquer lugar, e que as doenças serão diagnosticadas com aparelhos portáteis semelhantes àqueles usados pelo Doutor McCoy, da série Jornada nas Estrelas... A ressonância magnética não é quase aquilo?
- Nisso você tem razão, Neo!
- Então, doutor? Estamos combinados? Podemos fazer a cirurgia na próxima semana?
- Podemos, claro! Daqui a seis dias! Pode me entregar o protótipo do aparelho receptor. Vamos implantá-lo em seu cerebelo, tomando todo o cuidado para que não provoque nenhuma lesão, além daquelas inevitáveis, já que se trata de um processo invasivo!
- No futuro, eu sei disso, poderei aprender a pilotar helicópteros, usar armas poderosas e lutar como um mestre das artes marciais, “plugado” a um software de aprendizado, graças ao senhor. Muito obrigado, doutor!
- Pode me chamar de Morpheus!
- Boa! Muito boa! Há! Há!
...
- Doutor Morpheus, como está o paciente do implante? Na mesma, ainda?
- Já te falei para não me chamar de Morpheus!
- Quanto tempo já faz? Doze? Treze?
- Quinze! Quinze anos!
- Ele nunca reagiu?
- Olha, para falar a verdade, depois que eu coloquei um monitor na frente dele, com a proteção de tela do filme, aquele com as letrinhas verdes caindo, ele nunca mais teve convulsões!
Sérgio Ferreira da Silva
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Maurits Cornelis Escher 2
